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29/1/2010
Indicador que mostra o desemprego na Região Metropolitana apresentou declínio desde abril de 2009
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) fechou 2009 em 9,6% da população economicamente ativa (PEA). Com o menor porcentual do ano, o indicador manteve a trajetória de declínio apresentada desde abril. Representou um contingente de 168 mil pessoas em busca de uma vaga no mercado - quatro mil a menos do que no mês anterior.
Na comparação com dezembro de 2008, equivaleu a pelo menos 38 mil trabalhadores a menos em busca de emprego. Vale destacar que, naquele período - no ápice da crise financeira internacional - o indicador assinalava 11,8% da PEA da Grande Fortaleza. Ou seja, em 12 meses, o recuo chegou a 18,4% no desemprego.
Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Fortaleza (PED), elaborada em parceria pelo Dieese, Fundação Seade, Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, Sistema Nacional de Emprego (Sine/CE) e Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT). O mês passado marcou um ano de realização do levantamento, que já é elaborado em outras seis grandes regiões do País.
Mais mulheres inseridas
Segundo Ediran Teixeira, coordenador da PED no Escritório Regional do Dieese, de maneira geral o mercado de trabalho na RMF vem apresentando melhorias desde junho de 2009.
Ainda em relação ao desemprego, ele assinala que a taxa caiu mais para as mulheres (de 14,1% em dezembro de 2008 para os atuais 11,2%); os jovens de 18 a 24 anos (de 23,5% para 18,8% na mesma base de comparação) e para os demais membros da família (de 16,2% para 12,95 em 12 meses).
Em contrapartida, o mercado começa a dar sinais de desaquecimento sazonal. Em entre novembro e dezembro últimos, por exemplo, a taxa de ocupação caiu 0,1%, representando a perda de duas mil vagas.
Ainda assim, a Grande Fortaleza fechou o ano com um contingente de ocupados estimado em 1,578 milhão de trabalhadores - 42 mil a mais do que em dezembro de 2008.
Eliminados 15 mil postos
Setorialmente, foram eliminados 15 mil postos de trabalho no setor de serviços e dois mil na indústria. Em contrapartida, houve a geração de 12 mil vagas na construção civil e quatro mil no comércio. "O setor de serviços já dá sinais de cansaço. E a indústria, periodicamente, começa a demitir no fim do ano, voltando a recontratar no fim do primeiro semestre", explica Teixeira. A construção civil, continua ele, mostra vigor sobretudo pelo número de obras de grande porte no Estado e pelos empreendimentos destinados ao programa federal de habitação Minha Casa Minha Vida.
No ano, houve crescimento de 2,7% no nível de ocupação na RMF - o equivalente à criação de 42 mil postos de trabalho. Resultado puxado pela indústria de transformação (26 mil postos e variação de 10% em relação a dezembro de 2008), setor de serviços (19 mil vagas), construção civil (nove mil) e comércio (oito mil).
Com e sem carteira
O coordenador da PED pelo Dieese chama atenção, ainda, o fato de haver uma redução no número de ocupações com carteira assinada de novembro para dezembro (-0,9%), contra um aumento no total de assalariados sem carteira (2,8%). "Pode ser sinal de precarização do mercado de trabalho ou apenas sazonalidade". Destaca que a ocupação celetista vinha crescendo desde abril e que o total de autônomos, por sua vez, cresceu 0,7% em dezembro, numa trajetória de alta desde maio. A análise dos últimos 12 meses mostra expansão do contingente de assalariados na RMF (35 mil postos), puxado pelo setor privado (29 mil postos, contra seis mil no setor público). No segmento privado, elevou-se o em 8,7% emprego com carteira assinada (44 mil vagas) e caiu em 6,4% o de trabalhadores informais (-15 mil vagas).
Rendimentos
A PED traz, ainda, informações sobre os ganhos médios dos trabalhadores RMF, em novembro de 2009. Nos últimos 12 meses, os rendimentos médios reais dos ocupados e assalariados cresceram 3,1% e 3,6%, respectivamente. No setor privado, o aumento foi de 2,9%, influenciado pelo incremento dos rendimentos do trabalhadores sem carteira (3,4%) e com carteira (1,3%). No setor público, onde já estão os melhores salários (média de R$ 1.797), houve crescimento de 4,5%.
SAMIRA DE CASTRO
REPÓRTER
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
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