O faturamento do comércio varejista da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) em setembro de 2009 apresentou crescimento de 18,14%, sobre igual mês do ano anterior. Com esse resultado, o varejo acumula incremento de 8,05% no ano. Para o economista e superintendente da Fecomércio, Alex Araújo, o pior da crise já passou para o consumidor.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio, divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC).
Em setembro de 2009, o crescimento foi liderado pelo segmento de revendedoras de veículos (66,61%), seguida por farmácias, perfumarias e produtos óticos (22,27%), lojas de materiais de construção (7,82%), supermercados e minimercados (2,10%).
No mês, houve queda nas vendas de combustíveis e lubrificantes e GLP (-21,30%), lojas de autopeças (-13,74%), eletroeletrônicos e informática (-11,33%), móveis e decorações (-7,70%), vestuários, tecidos e calçados (-6,41%).
De janeiro a setembro, a alta recebe influências positivas das vendas de revendedoras de veículos (17,15%) e farmácias, perfumarias e produtos óticos (16,10%), supermercados e minimercados (1,81%).
O segmento de combustíveis, lubrificantes e GLP, que sofre com os efeitos de forte concorrência e a despeito do crescimento da frota de veículos, ainda não conseguiu reverter seu resultado, com queda no faturamento de -14,90% no ano. Outras retrações, nos nove meses, são registradas nas lojas de autopeças e acessórios (-11%), eletroeletrô-nicos e informática (-7,89%), móveis e decorações (-6,24%), materiais de construção (-3,74%), vestuários, tecidos e calçados (-2,81%). Cartão de crédito avança. A pesquisa do IPDC mostrou também que, entre as formas de pagamento utilizadas pelos consumidores da RMF, o cartão de crédito tem avançado no consumo corrente, sendo utilizada em 34,57% do volume faturado pelo comércio varejista em setembro.
Assume importância maior em estabelecimentos como farmácias (51,80% do faturamento), supermercados (48,31%) e postos de gasolina (41,1%). Vendas financiadas foram importantes nas revendas de veículos (47,49%).
As vendas à vista são responsáveis por 31,61% do faturamento de setembro, resultando 1,34 pontos percentuais acima do verificado em agosto (30,27%).
A inadimplência com cheques apresentou leve aumento em setembro, atingindo taxa de 0,69%, acima do observado em agosto (0,47%). O volume de vendas a prazo com atraso de pagamento superior a trinta dias em setembro foi de 20,87%, aumento de 0,63 pontos percentuais ante a agosto (20,24%).
Os problemas com atraso afetaram mais as lojas de decoração (60%) e supermercados (22,14%).EVOLUÇÃOVolume de protestos no varejo cai 13,29% no NEDados da Equifax, líder mundial em informação e inteligência para decisão e gestão empresarial, mostram que no mês de outubro foi registrado um volume de 19.942 títulos protestados emitidos por pessoas físicas no Nordeste. Uma queda de 13,29% em relação a setembro de 2009. Comparado a outubro de 2008, o volume foi 13,68% menor.
A evolução é resultado do aumento da atividade comercial na região nordeste, sem o devido desenvolvimento dos mecanismos de garantia na concessão de crédito.Mesmo no auge da crise, a atividade econômica na região continuou crescente, sem recuo no nível de inadimplência. Os resultados do último trimestre, no entanto, indicam que a inadimplência vem recuando, o que pode ser resultado do melhor gerenciamento na gestão de crédito por parte dos vendedores.
O crescimento da renda familiar, acima da média nacional, e a queda do custo dos financiamentos, que resultou no aumento da capacidade de pagamento dos consumidores, também contribui para a queda no volume de protestos.
Fonte Diario do Nordeste
ISILDENE MUNIZ / ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER / ESPECIAL PARA ECONOMIA