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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

COM SALÁRIO MÍNIMO VALORIZADO


COM SALÁRIO MÍNIMO VALORIZADO

Renda familiar dos 10% mais pobres sobe 64%
Entre 2006 e 2008, o rendimento individual médio dos 10% mais pobres apresentou alta de 64,26%Com impacto da política de valorização do salário mínimo implementada na gestão do presidente Lula, as camadas mais pobres da população cearense tiveram maior crescimento proporcional na renda familiar per capita que a faixa mais rica dos habitantes, nos últimos dois anos. Enquanto a renda média familiar por pessoa cresceu 16,92% no Estado, o rendimento individual médio dos 10% mais pobres apresentou alta de 64,26%, entre 2006 e 2008, totalizando R$ 35,68.Já o ganho médio per capita dos 10% mais ricos registrou elevação de 15,81%, somando R$ 1.548,27 no ano passado.

As informações fazem parte do estudo "O Ceará na era Cid Gomes Evidências sobre a evolução da renda e seus efeitos na queda da desigualdade", elaborado pelo Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), ligado ao Curso de Pós-Graduação em Economia (Caen), da Universidade Federal do Ceará (UFC).O novo relatório do LEP também tem por base microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), publicada pelo IBGE."Este crescimento da renda dos 10% mais pobres é um resultado muito bom, em termos de impacto para a redução da pobreza", avalia o economista e professor Flávio Ataliba Barreto, coordenador do LEP e um dos autores do estudo.

Ele acrescenta que a participação dos 10% mais pobres no total da renda familiar per capita média do Estado cresceu 40,48% no intervalo analisado, passando de 0,72% para 1,01%. Enquanto isso, o ganho dos 10% mais ricos caiu 1,01%, passando de 44,35% para 43,90% do total. "A renda dos 10% mais ricos cresceu menos que a dos 10% mais pobres e, consequentemente, sua participação no bolo diminuiu", resume o economista. Ele explica que a renda familiar média por pessoa no Estado é de R$ 352,55. A dos 10% mais pobres soma R$ 35,68. "Isto significa que, se uma família tem cinco membros, ela vive com cerca de R$ 178,40 por mês", completa.

De acordo com Ataliba, o que mais contribuiu para o incremento na renda dos 10% mais pobres foi o ganho proveniente do trabalho. "A renda da família é composta de várias fontes, classificadas neste estudo em quatro tipos: renda do trabalho ou salário; aluguéis e doações; seguridade social e privada (benefícios, pensões) e renda das transferências e aplicações", explica. No caso dos 10% da base da pirâmide, o rendimento do trabalho representou 55,54% do total auferido, em 2008, com incremento de 16,22% em relação a 2006, quando esta contribuição era de 47,79%. Salário do trabalhador" Ou seja, a renda média que cresceu na faixa dos 10% mais pobres foi fortemente influenciada pelo salário do trabalhador e, dentro deste contexto, pelo ganho real do salário mínimo", reforçou o coordenador do LEP.

Para ele, o reajuste do piso salarial brasileiro acima da inflação representa ganho de produtividade na economia. Já o rendimento proveniente da seguridade (social ou privada) avançou 67,95% para a camada mais pobre do Estado. Porém, esta fonte representa apenas 2,89% do rendimento per capita deste contingente. "O rendimento oriundo de pensões e aposentadorias cresceu muito para a população pobre, mas ele ainda tem baixa representatividade".Na Pnad, ressalta Flávio Ataliba, o Bolsa Família não aparece como uma categoria específica de renda. Ele está numa conta junto com juros (remunerações de aplicações).

Mas, como a população que compõe o decil dos 10% mais pobres não tem aplicações financeiras provavelmente sequer tem conta em banco infere-se que, nesta camada, o ganho é realmente dos programas de transferência de renda, cujo carro-chefe é o Bolsa Família. Assim, o estudo do LEP mostra que a participação das transferências na renda dos 10% mais pobres caiu 17,88%, entre 2006 e 2008, passando a representar 38,81% do ganho total.

Fonte SAMIRA DE CASTRO
REPÓRTER

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