Páginas

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cai endividamento na Capital


22/1/2010

Segundo o IPDC, neste mês, 56,7% dos consumidores afirmaram ter algum tipo de dívida, ante 65% em 2009

Mesmo com tantos impostos e despesas tradicionais de início de ano (como as de material escolar, por exemplo) a pagar, o fortalezense começou 2010 menos endividado do que estava em janeiro de 2009. Pelo menos essa é a conclusão indicada pela Pesquisa sobre Endividamento em Fortaleza feita com 900 moradores d a Capital e divulgada, ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) - entidade ligada à Fecomércio/CE. Segundo o levantamento, neste mês, 56,66% dos consumidores disseram ter algum tipo de dívida ante 65,01% de igual período do ano anterior. É o menor percentual nos últimos 13 meses, inferior, inclusive, aos 58,00% de dezembro último, que já tinha sido o mais baixo índice do período, até então.

Para Alex Araújo, economista e superintendente da entidade, esses dados traçam uma boa perspectiva para o comércio. "O estímulo forte dos bancos públicos Caixa Econômica, Banco do Brasil e Banco do Nordeste ao crédito aliado à excelente capacidade de pagamento do consumidor e retomada das vendas (especialmente, as financiadas) poderão criar um alicerce para isso", observou Araújo.

O IPDC apontou, também, que 36,8% das pessoas endividadas estão adimplentes com seus compromissos e que, neste mês, apenas 19,8% dos moradores de Fortaleza estão com as contas atrasadas. Uma queda de praticamente três pontos percentuais sobre dezembro de 2008 (22,4%) e sete pontos em relação a janeiro daquele ano (26,7%). É primeira vez, no período, que a inadimplência fica abaixo da casa dos 20%.

"O índice mais reduzido de pessoas com contas em atraso mostra como está a qualidade do crédito concedido", afirmou Araújo. Para ele, em 2009, o consumidor evitou comprar além do necessário, com exceção do setor de alimentos e dos demais beneficiados com a redução do IPI. Com o dinheiro em caixa, a preferência foi pela liquidez e o pagamento das dívidas. "Alem disso, o aumento no número de vagas de trabalho no fim do ano possibilitou o fortalecimento do orçamento", analisou o economista.

Começo de ano diferente

Apesar de parecerem bons os resultados, na opinião de Alex Araújo, janeiro de 2010 apresenta informações atípicas para qualquer início de ano. "De fato, o normal seria uma elevação. Basta olhar os números de janeiro de 2009", ratificou. Segundo ele, o consumidor chegou ao fim do ano suficientemente capitalizado, ao ponto de preferir compras à vista. "Só a partir de março o comportamento do mercado deve voltar a se acomodar, quando, naturalmente, a mescla das negociações a prazo e à vista voltará a normalidade, longe do fantasma da crise", prospectou Araújo.

Outro fator do estudo que chamou a atenção do especialista foi a forte retração da alimentação (38,1%) como tipo de despesa que mais afeta as dívidas. Para ele, a forte demanda de vestuário (28,8%) provocou esse resultado. "O normal seria que alimentação, neste mês, variasse entre 50 e 55%. Já vestuário deveria ser próximo de 17%, apesar da nossa cultura de renovar as roupas em todo fim de ano", pontuou Araújo.

A renda comprometida do morador de Fortaleza também é a menor do período: 14,7% de janeiro contra, respectivamente, 15,1% e 18,7% do mesmo mês e dezembro de 2008.

Potencial de inadimplência

O único indicador do estudo a registrar alta em janeiro (6,8%) em relação ao mês passado (5,9%) é o potencial de inadimplência do consumidor. Mesmo assim, o índice é inferior à média anual.

Opinião
Thamíres Rodrigues, Atendente, 22 anos

É importante não acumular as dívidas

Restaram poucas dívidas, quitei a maior parte no ano passado. A gente precisa ter um controle financeiro mais eficiente porque senão perde o controle dos gastos. Estou empregada desde o segundo semestre de 2008, o que tem ajudado bastante na minha situação financeira. Neste ano, pretendo comprar uma televisão, aparelho de DVD e um guarda-roupa, porque me mudei agora e estou precisando muito. Mas, só irei fazer isso a partir de março, depois que terminar de pagar umas prestações de roupas feitas em dezembro. Vou preferir comprar à vista, se puder, é claro, ou então, em até cinco vezes no cartão de crédito, no máximo. Não gosto de grandes parcelamentos, como em até 10 vezes, por exemplo, porque demora muito para quitar. Já tenho o costume de comprar em poucos meses para acabar logo. É bem mais rápido para pagar. Além disso, não acumula as dívidas demais e libera o crédito para fazer outra compra, de acordo com as minhas possibilidades.

ILO SANTIAGO JR.
ESPECIAL PARA ECONOMIA

Nenhum comentário:

Postar um comentário